sábado, 16 de julho de 2011

Projeto É Real de Bicleta - Por Israel Freitas


Eu sou apaixonado por bicicletas, pelo MTB - Mountain Bike - e pela natureza. E sempre imaginava como seria magnífico realizar uma grande viagem de bicicleta, por montanhas, buscando trechos que me colocassem, ao máximo, em contato com a natureza. Enfim, depois de imaginar, eu fiz do sonho uma coisa Real.


A minha primeira experiênca Real viajando de bicicleta foi pela Estrada Real!


Como um bom mineiro, óbvio que privilegiei a minha terra, Minas Gerais, para começar tal empreitada!




Fixei o meu roteiro, exatamente pela Estrada Real: de Diamantina/MG até Paraty/RJ, percorrendo, primeiro o Caminho dos Diamantes e, em seguida, o Caminho Velho.  Percorrendo o total de 1.200 quilômetros.
  


Busquei o máximo de informações sobre cicloturismo, envolvendo todos os subsídios necessários para realizar uma viagem como esta e informações gerais sobre a ER.
A preparação física, realizada com treinos específicos também para este intento, foi de grande valia.





Viajante solitário, por opção, preferi partir utilizando um GPS apropriado para uma navegação segura e que suportasse qualquer tipo de intempérie. Eu recomendo a navegação com GPS, de verdade, que proporcionem bastante segurança ao cicloturista, sempre observando as suas funcionalidades!





Mesmo certo de que estava tudo preparado, devidamente revisado e estudado, uma pouco ansiedade eu sentia momentos antes de começar a pedalar.





Cheguei de ônibus em Diamantina, por volta das 04:30, do dia 30 de março de 2.011, com minha bike no "Mala-Bike" e bagagem no Alforge.





De madrugada, bati um bom papo com o taxista "Bahiano"', enquanto preparava a bike, alforge e esperava o dia clarear. Amanhecendo, tomei um bom café da manhã e, por volta das 08:00, iniciei a viagem, além do horário previsto, haja vista que tive um problema com o bico da câmara de ar, de início, e tive que substituí-la. Nada que afetasse a minha alegria e empolgação naquele momento!





Vários me chamaram de "louco", quando ouviam que o meu projeto era pedalar cerca de 1.200 quilômetros, sozinho, pela Estrada Real.  




Eu jamais vi a empreitada como loucura. Acredito que nunca estamos sozinhos. E se fosse loucura, nada mal seria ser "louco" dessa forma!

30/03/2011 - Primeiro dia
Trecho percorrido: Diamantina ao Serro.
Praça Corrêa Rabelo - Rodoviária de Diamantina/MG






Praça Barão Guaçuí - Diamantina/MG
Mercado Municipal e outras imagens de Diamantina. 
Diamantina - ER
Visual simplesmente deslumbrante, no início da viagem. Neste momento da viagem, a EMOÇÃO era tamanha, os vários sentimentos positivos, são difíceis de colocar em palavras. Sorte que o registro das imagens falam por si só. A ER se mostra como o maior dos atrativos, cortando a Serra do Espinhaço.
ER - Entre Diamantina e povoado do Vau.
Vau, Povoado pacato e apreciável, entre Diamantina e São Gonçalo do Rio das Pedras:
Vila Real do Vau:
Rio Jequitinhonha:
 Muita subida, para chegar até São Gonçalo do Rio das Pedras.
Em São Gonçalo do Rio das Pedras, vê-se trechos conservados da ER, com o calçamentos originais da época do desbravamento.
Chegando à Milho Verde, dois raios da roda traseira quebraram. Depois de alguns ajustes da bike, segui rumo ao Serro. Em relação aos raios, vejam adiante capitulo do dia 13/04, quinze dias depois.




O visual das montanhas da serra do Espinhaço é fascinante.
Cortando a Serra do Espinhaço pela ER.
Vejam o ar bucólico da Três Barras, última parada para abastecimento de água, antes do Serro:





Cheguei ao Serro, por volta das 19 horas e hospedei-me na Pousada Central. Tive a felicidade de um encontrar, por acaso, em um restaurante, um velho amigo da época do pré-vestibular e da universidade, o Dr. Ronan, advogado da cidade. O papo "teve tão bão" que esqueci de fotografar o momento!



31/03/2011 - Segundo dia
Trecho percorrido: Serro à Conceição do Mato Dentro.
Serro
Do Serro até Alvorada Minas, segui por 20 km de trecho da ER atualmente pavimentado. Há belas paisagens de campos e montanhas por todo percurso.
Rumo a Itaponhaganca:
Parada básica para curtir o visual, antes de Conceição do Mato Dentro. 31/03, 17:30:

Conceição do Mato Dentro:
Hospedei-me da Pousada do Homero. Excelente recepção e atendimento. Recomendo a todos, que passarem por Conceição!


01/04/2011 - Terceiro dia
Trecho percorrido: Conceição do Mato Dentro à Itambé do Mato Dentro.
Não tenho dúvidas que esse foi o dia mais custoso de toda a viagem. Senti na carne os efeitos do ácido lático (impede a renovação da energia necessária para a contração do músculo, provocando o cansaço muscular) e o da aclimatação (adaptação do organismo às mudanças de clima e temperatura).  Apesar da prévia preparação para a viagem, percebi, neste dia, a dimensão do feito que eu estava por realizar e o quanto isso exigiria de persistência. Foi árduo. Mas, optei por vencer as dores, o clima quente e os efeitos do ácido lático, focando nos meus objetivos.
Era 1º de abril, mas esse relato é verdadeiro.
ER - Deixando para trás Conceição do Mato Dentro
Cortando o "mar de montanhas", avistando a Serra do Espinhaço, dirigindo-me à Morro do Pilar.
Os momento que antecederam a parada seguinte (foto abaixo) eram de tensão. Lembro-lhe das dores e dos efeitos do ácido lático e aclimatação, que mencionei acima.
Confesso que passou pela minha cabeça desistir, era um momento de confusão dos pensamentos: vontade de seguir, a dor, os músculos das pernas, que levavam cerca de 27kg (bike e bagagem), não respondiam como desejado, enfim.
Ainda bem que desistir não é da minha natureza! Agradeço à Deus por ter colocado ali aquela rocha, que meu forneceu a sombra, o refresco que eu necessitava, para minha mente e meu corpo. Ele (Deus) me deu as forças que eu precisava para seguir em frente.
Um amisto motorista de caminhão me ofereceu carona. Eu o agradeci sorrindo e dizendo: "obrigado, eu vim para pedalar!"
Pedalei o dia todo embaixo de MUITO sol e cheguei em Itambé do Mato Dentro, vencendo o percurso programado para o dia, pasmem-se, de baixo de muita chuva, um temporal, que lavou a minha alma, felizmente, refrigerando-a!



02/04/2011 - Quarto dia
Trecho Percorrido: Itambé do Mato Dentro à Cocais.
Nada como um dia após o outro. Apesar do sofrimento do dia anterior, acordei com sede e com fome de pedal, de montanha, de rios, de verde, ou seja, fome de Estrada Real!
Indescritível o visual da ER... Serras, Matas e cachoeiras por todo trecho entre Itambé do Mato Dentro e Ipoema. 
Senhora do Carmo.


Salve Ipoema!
Cheguei ao Distrito de Itabira em dia de festa. Festa do museu do tropeiro!
Bom Jesus do Amparo.




Rumo a Cocais, saindo de Bom Jesus do Amparo.







Florestas de eucaliptos entre Bom Jesus do Amparo e Cocais.
Chegando a Cocais, por volta das 18 horas.
Cocais, Distrito de Barão de Cocais, fundado em 1703.

Sobrado do Cartório, no Largo de Santana, é uma das últimas construções coloniais existentes na Vila de Cocais.
Pousada Vila Cocais.




03/04/2011 - Quinto dia
Trecho percorrido: Cocais à Catas Altas.



Saindo da pousada, em Cocais, depois de um reforçado Café da manhã:
Sítio Arqueológico da Pedra Pintada com pinturas rupestres de 6 mil anos.

Depois de de 8 km de subida, muita água fresca!
Depois de muita subida, descida entre os eucaliptos, em estrada calçada, até Barão de Cocais.








Estação Ferroviária de Santa Bárbara!
Antiga Cadeia e Matriz de Santo Antônio - Santa Bárbara/MG.
Avistando a Serra do Caraça.
Girando forte em direção a Catas Altas.
A Serra do Caraça é companhia constante nesta parte do percurso.

A ER passa por debaixo e, em seguida, segue paralela à linha férrea.










Cheguei à Catas Altas no início da noite, debaixo de chuva.
O visual da cidade é maravilhoso! A Serra do Caraça encanta!
A cidade abriga um dos mais harmoniosos conjuntos da arquitetura colonial mineira, integrado por igrejas e casarões. Cocais/MG, noite do dia 03/04/2011.



04/04/2011 - Sexto dia
Trecho percorrido: Catas Altas à Mariana.
 
Trecho da ER, próximo a Morro d’Água Quente, que fica entre Catas Altas e S. R. Durão.




 Santa Rita Durão, terra do poeta Frei José de Santa Rita Durão. A cidade foi fundada em 1702 e guarda o aspecto pacato das cidades do interior mineiro, além de contar com belos exemplares da arquitetura colonial, como a Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

 Povoado de Bento Rodrigues - ER.



Câmara de ar reserva = R$ 12,00
Bomba de ar = R$ 40,00
Pneu de Kevlar reforçado com TNT =  R$ 130,00
Nuvem nimbo carrega = consulte São Pedro
Tem coisas na vida que não tem preço, como viajar de bicicleta pela ER!
Para todas as outras existe Cartão de Crédito!


Vilarejo de Camargos, fundado em 1711, época da exploração de ouro. Apesar de não oferecer infraestrutura turística, o povoado tem o atrativo religioso da igreja da Nossa Senhora da Conceição , com sua bela escadaria de acesso.
Rumo à Mariana!
Mariana, a primeira capital das capitanias de Minas e São Paulo, título que perdeu em 1740 para Ouro Preto. A cidade apresenta um acervo riquíssimo das mais belas obras do barroco mineiro presente em suas igrejas, arquitetura e calendário cultural marcante, com festivais de música e cinema.


Em Mariana, do dia 04/04 para o dia 05/04, estratégicamente, pousei na casa dos pais da Milena, o Marcinho e a Néia, meus primos! Agradeço pela amistosa recepção e o apoio que me deram! Foi muito importante encontrá-los no meio da viagem! Um apoio familiar é sempre bem-vindo!






05/04/2011 - Sétimo dia
Trecho percorrido: Mariana à Santo Antônio do Leite.




Rumo a Ouro Preto, para fechar o Caminho dos Diamantes e iniciar o Caminho Velho:


Chegando a Ouro Preto, completando o primeiro trecho da viagem, o Caminho dos Diamantes.




Ouro Preto - Praça Tiradentes - 05/05/2011 - Início do Caminho Velho:
Ouro Preto, antiga capital de Minas Gerais e que serviu de sede para a maior Casa de Câmara e Cadeia da colônia, a Casa dos Contos. A cidade tem a marca de sua história, com a religiosidade das dezenas de igrejas, a cultura e artes pulsantes, além da culinária mineira mesclada com a alta gastronomia internacional. Ouro Preto é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, título concedido pela Unesco, como Monumento da Humanidade, entre o civismo e a História de Arte existentes nesta esplêndida cidade, com seus magníficos casarões, belas ladeiras e muita história pra contar.
Salve Ouro Preto, viva o início do Caminho Velho e rumo a Paraty/RJ!
Cachoeira do Campo.
Paisagem da ER indo para Santo Antônio do Leite.
Santo Antônio do Leite:



06/04/2011 - Oitovo dia
Trecho: Santo Antônio do Leite à São Brás do Suaçuí.




No dia seguinte,  depois de pousar na "Chapada", em Santo Antônio do Leite, sai por volta das 09 horas da manhã, para tomar o café da manhã. Meu destino naquele dia era a terra da minha avó Helena, São Brás do Suaçuí, passando antes por Engenheiro Correia, Miguel Burnier,  Lobo Leite e Congonhas.





Miguel Burnier.
Lobo Leite.
Congonhas.
Santuário do Bom Jesus do Matosinhos
Pequeri.
Estrada "boa"!
Trecho da ER em trilha de Mata fechada, antes de São Brás.




 07/04/2011 - Nono dia
Trecho percorrido: São Brás do Suaçuí à Casa Grande.


São Brás do Suaçuí:



Entre Rio de Minas.
"Pit Stop" para colocar combustível no tanque!



Chegando à Casa Grande, o pneu furou e, por isso, quando eu o consertava tive a honra de conhecer um nobre cavalheiro. Um Senhor respeitável, simples e sábio!
Casa Grande.



Em Casa Grande, fui recebido pelo Prefeito!
O prefeito me conduziu para a casa do Rodiney, meu primo, filho do Tio Paulo. Por lá pousei. A conversa com o primo foi boa e longa, considerando que há bom tempo não nos encontrávamos! Abaixo a foto do filho mais velho do meu primo que, no dia seguinte, empolgado, me acompanhou de bicicleta até onde conseguiu, na pequena cidade.



08/04/2011 - Décimo dia
Trecho percorrido: Casa Grande à São João Del Rey.






Obstáculos no caminho da ER para Lagoa Dourada, me obrigaram a fazer malabarismos com bike sobre troncos de árvores, para atravessar cursos de água.






Lagoa Dourada.



Mais obstáculos depois de Lagoa Dourada.
Aqui foi preciso colocar o pé na lama, que foi até os joelhos, e a bike nas costas!


Aqui eu voltei a pedalar sobre a bike!



Cidade de Prados, referência na Estrada Real em artesanato e artefatos em couros.
Lá já cheguei desgastado, pelo custoso trecho anterior.
Mas, eu ainda tinha muito chão até Tiradentes e, em seguida, São João Del Rei.
Assim, fiz um bom lanche e me concentrei para pedalar de forma firme constante até o meu destino naquele dia.



Tiradentes:



A Serra de São José que acompanha o viajante durante todo o trajeto, formando uma bela paisagem.
O trecho abriga o primeiro totem instalado da Estrada Real (abaixo), um atrativo a mais para quem passa pela ER. Perto dele é possível ver uma bela cachoeira!


 09/04/2011 - Décimo primeiro dia
Trecho percorrido: São João  Del Rei à Carrancas.


São João Del Rei:



 Rio das Mortes:









 São Sebastião da Vitória:






Girando forte para chegar a Caquende, o pneu não aguentou e mais um vez furou:



Em Caquende, esperando a balsa para Capela Saco:
São muitos os Mata-burros, com os trilhos na vertical, neste trecho da ER.





Pedalei forte para chegar ao pé da Serra de Carrancas antes do anoitecer:
Noite na Serra de Carrancas!
Subindo, no escuro, a serra ingrime, de estrada ruim, com cascalhos soltos e calcário (pó).  Havia ameaça de chuva com raios. Foi preciso raça, muita raça, para superar os 1.310 metros de altitude da serra, naquelas condições!
Vencida a serra, avistei Carrancas!




Carrancas:
Depois de muito esforço, boa alimentação! Jantar em Carrancas!
Isso foi só a entrada:


10/04/2011 - Décimo segundo dia
Trecho percorrido: Carrancas à Cruzília.
A Serra de Carrancas é linda também de dia! Lindo domingo de sol: 
Chegando a Traituba:
Fazenda de Traituba, erguida em 1827 para receber D. Pedro I. O curioso é que a visita não chegou a acontecer.


Cruzília:






11/04/2011 - Décimo terceiro dia
Trecho: Cruzília à Pouso Alto.










Rumo à Baependi - Início da Cava:




Os primeiros bandeirantes que chegaram à última década do século XVII, nas terras onde se localizam Baependi, teriam chamado o lugar de Maependi, que em tupi significa "clareira na mata", em provável referência ao acesso aberto junto ao Rio Grande para facilitar a passagem dos desbravadores.



Fim da clareira na mata, chegando à Baependi:


Caxambu:


Caxambu, que tem como principal atrativo as fontes de água minerais descobertas em 1814, que tornaram a cidade famosa em todo o país. Por lá, em 1748, foi erguido o templo dedicado a Nossa Senhora dos Remédios. Em torno dele se constituiu a sede da cidade. O Parque das Águas de Caxambu, com doze fontes, é um dos mais completos balneários do país.    



São Lourenço, também no Circuito das Águas, a cidade teve a criação da primeira Companhia de Águas Minerais de São Lourenço em 1890. Dois anos depois, inaugurava-se a primeira fonte, a Oriente. Hoje, o Parque das Águas é a maior atração da cidade e recebe visitantes de todo o país em busca das propriedades medicinais de suas águas minerais.    




A preferência é sempre do "pedestre", principalmente para aqueles que não têm pés:







Pouso Alto, cuja origem é em um arraial de bandeirantes vindos de Taubaté. Eles exploravam a Serra da Mantiqueira em busca de ouro.     







12/04/2011 - Décimo quarto dia
Trecho: Pouso Alto à Passa Quatro.


São Sebastião do Rio Verde






Capivari





Itamonte:



O nome da cidade tem origem na mistura do tupi com o português, compondo algo como "pedra do monte". É uma alusão ao pico de pedra, referência geográfica na região desde as primeiras excursões ao interior, ainda no século XVI.




Trechos da ER entre Itamonte e Itanhandu.



O Rio Verde é, literalmente, verde!






Itanhandu, em tupi o nome da cidade significa pedra da corredeira, referência ao Rio Verde que passa pelo município. A cidade faz parte do Circuito Terras Altas da Mantiqueira. Ela possui formações naturais propícias ao ecoturismo. Seu principal atrativo natural é o próprio Rio Verde, cuja nascente fica no alto da Mantiqueira, com mata virgem em seu entorno. É um forte pólo de aviários.   


Itanhandu com seu jeito bucólico de ser:


Seguindo para Passa Quatro, uma das passagens sobre o rio, que deu o nome à cidade:





A bicicleta é o meio de transporte mais utilizado nesta região, para trabalhar, fazer compras, levar os filhos à escola, enfim, para quase tudo utiliza-se desse meio de tranporte.
Passa Quatro, o nome da cidade vem do curso d'água tortuoso que os bandeirantes paulistas descobriram na região em suas primeiras expedições, ainda no século XVIII. Como as curvas do rio eram muitas, eles passavam por suas águas quatro vezes durante a viagem. Passa Quatro está inserida na Serra da Mantiqueira e é uma estância hidromineral.    






13/04/2011 - Décimo quinto dia
Trecho percorrido: Passa Quatro/MG à Guaratinguetá/SP.


Saindo de Passa Quatro, passando diversas vezes sobre a linha férrea.


Na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo, o viajante encontra um mirante dedicado a Nossa Senhora da Conceição, com uma bela vista do Vale do Paraíba.



As 11:47 da manhã, cheguei à Divisa, depois de cerca de 1.000 quilômetros rodados, com vários raios da roda traseia quebrados, acredito que pela fadiga do material, aliado ao peso da bagagem. Recomendo, por isso, que o cicloturista avalie bem o estado das rodas e raios antes de uma viagem dessa natureza.
Os últimos raios que romperam, subindo a serra, quando eu me aproximava da divisa, tornou impossível seguir viagem sem reparar a roda por completo. 
Assim, precisei buscar apoio mecânico especializado em Cruzeiro/SP, cidade do Vale do Paraíba, região da Estrada Real, para onde eu segui pedalando lentamente, em razão do quaquético estado que a roda se encontrava.






Depois de refazer a roda traseira da bike, substituindo todos os raios, em Cruzeiro/SP, segui viagem, pedalando muito forte e sem cessar, para cumprir a meta de chegar a Guaratinguetá naquele dia, passando por Cachoeira Paulista, Canas e Lorena.










Guaratinguetá - 13/04/2011 - 17:52








Catedral de Santo Antônio, construída em 1630.
Guaratinguetá/SP - 13/04/2011 - 18:30



Depois de jantar em Guaratinguetá, busquei descanso e concentração, elevando os meus pensamentos a Deus e a Jesus, preparando para o desafiante dia que estava por vir, considerando a distância e a elevação a ser vencida.






14/04/2011 - Último dia da viagem, o décimo sexto.
Trecho percorrido: Guaratinguetá/SP à Paraty/RJ.


 Já saindo de Guaratinguetá, para percorrer 110 quilômetros, com muitas subidas, elevendo de 550 m.a. para 1510 m.a.; em seguida, nos últimos 23 quilômetros, a partir da da divisa, de SP com o RJ, descendo a serra até o nível do mar - down hill!





A emoção do último dia da cicloviagem era tão grande como a do primeiro!


Ao fundo, a Serra da Mantiqueira ficando para trás.
Rumei pela ER, subindo em direção à Serra do Mar!


Aclives e mais aclives!






Água pura, para refrescar!






Aclives!


Mais aclives!




Mais água!


E mais aclives!


Cunha - 14/04/2011 - 15:15


Eu e o jovem Júlio,o único praticante de MTB "All Mountain" de Cunha. Ao menos há uma semente por lá plantada.


Eu vejo Deus em toda parte...

Abençoando o céu, a terra e o mar.
A natureza em flor proclama o esplendor...
Da sua glória e a grandeza do seu amor...
No amanhecer o sol risonho...
Envolve em luz a Terra enternecida!
Os passarinhos cantam seus hinos de louvores. E em doce enlevo, minh´alma vibra comovida...
No entardecer o sol poente Tinge de cores o céu no horizonte!
E preces vão subindo falando ao coração! Quanta beleza! Eu vejo Deus na imensidão...
A flor que nasce! A gota d´água! A voz da brisa e a fonte a murmurar,
Falam de Deus-amor! De Deus que é o autor...
Da minha vida e da minh´alma agradecida...
Eu vejo Deus! A reger mundos no céu...
E nas nuvens sempre ao léu mil imagens desenhando...
Eu vejo Deus! No olhar da mãe que amamenta...
E na haste que sustenta Uma flor desabrochando...
Cachoeria do Mato Limpo - ER - Trecho: Cunha - Paraty - 14/04/2011 - 17:30



No alto da Serra do Mar, 1510 metros de altitude, na divisa entre os Estados, fazia muito frio e foi preciso trocar a roupa molhada pelo suor e vestir os agasalhos para descer a serra. Faltavam percorrer somente 23 kms para alcançar o ultimo marco da ER, na Praça do Chafariz, em Paraty/RJ, ao nível do mar.
Segui montanha abaixo, em estrada ruim, à noite usando farol, na companhia de Deus, de Jesus, do meu anjo guardião e dos lobos guará!







Neste momento, quando parei em uma clareira na mata, no Parque da Bocaína, para registrar a ocasião com fotos, eu percebi a companhia dos lobos guará, que me convidaram a sair, com dois fortes uivos. Já ouvi dizer que esses lobos uivam, principalmente, para chamar o seu grupo para caça. Preferem caçar na lua cheia! Como eu não pretendia ser a caça, eu respondi aos lobos com outro uivo, que foi respondido por eles!!! Sai apressadamente, para não mais incomodá-los!
14/04/2011 - 18:37




Não há nada mais "emocionante" do que um pneu furado, na floresta da Bocaína, estando na companhia de lobos!
A Deus eu agradeço, por ter cuidado de mim também neste momento!

Sinais de civilização. ER, entrando na cidade de Paraty!




MISSÃO CUMPRIDA!
Dezesseis dias de pedaladas, passando por Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro; percorrendo 1.200 quilômetros, pela Estrada Real, de Diamantina/MG até Paraty/RJ.





Cidade histórica - Paraty/RJ:




Praia do Meio - Trindade - Paraty/RJ:



Merecido descanso, com as pernas para o ar!

Contudo, como eu não consigo ficar longe de uma bicicleta:
igualmente à criançada acima, vidrei-me bike-harley do Edie, camarada de SP e fiz um passeio com a bike pelas ruas deTrindade!
Paraty/RJ





Cachoeira do Tobogã - Paraty/RJ




Praia do Caixadaço - Trindade
 Praia Brava de Trindade - Paraty/RJ


De volta ao "lar doce lar"... recepção calorosa, com direito até a troféus!




A cicloviagem foi indescritível! Eu espero que os registros aqui compartilhados sirvam para que todos possam sentir, ao menos, um pouco do que é a Estrada Real e possam também perceber o quanto de Deus há em tudo o que Ele fez existir!


Façam dos seus sonhos uma coisa REAL!



Obrigado Deus, criador e pai de todas as coisas!





Abraços Fraternos!


Se quiserem, façam os seus comentários e tirem eventuais dúvidas!




Israel Freitas
freitasisrael@hotmail.com